S&P 500
Perspectiva de 19 de maio
Rebaixamento da classificação de crédito dos EUA aumenta as chances de correção do mercado
Principais índices dos EUA na sexta-feira: Dow +0,8%, NASDAQ +0,5%, S&P 500 +0,7%
S&P 500: 5,958, faixa de negociação: 5,400–6,200
O mercado acionário encerrou a semana em alta. O Dow Jones Industrial Average (+0,8%) fechou mais de 300 pontos acima de seu fechamento anterior, ficando positivo no ano (+0,3%).
O S&P 500 (+0,7%) e o Nasdaq Composite (+0,5%) também fecharam nas máximas da sessão. Ainda assim, a sessão começou mais fraca, com os principais índices sendo negociados próximos ou abaixo de seus níveis de fechamento anteriores.
Os movimentos iniciais moderados foram parcialmente impulsionados pelo relatório de sentimento do consumidor de maio, que mostrou baixa confiança e aumento das expectativas de inflação.
As expectativas de inflação de um ano saltaram de 6,5% para 7,3%, enquanto o sentimento caiu de 52,2 para 50,8. O relatório preliminar de maio foi preparado entre 22 de abril e 13 de maio, apenas dois dias após o arrefecimento do conflito comercial entre os EUA e a China. Portanto, ele pode não refletir as mudanças mais recentes no sentimento provocadas por desenvolvimentos tarifários notáveis.
As compras aumentaram no decorrer da sessão de sexta-feira, impulsionadas pelo impulso contínuo de alta e pelo receio de perder novos ganhos.
O tom positivo do mercado também foi apoiado pelos primeiros sinais de resistência, já que as ações resistiram à pressão inicial de venda.
Muitas ações participaram da recuperação, fazendo com que 10 dos 11 setores do S&P 500 fechassem em alta. Cinco setores terminaram mais de 1,0% acima de seus níveis de fechamento anteriores, incluindo saúde (+2,0%) e serviços públicos (+1,4%). Notavelmente, os ganhos foram liderados por setores defensivos.
Os rendimentos do Tesouro subiram depois que uma pesquisa matinal mostrou expectativas de inflação mais altas. O rendimento da nota de 2 anos, que estava em 3,93% antes da divulgação às 10h00 (horário do leste dos EUA), subiu um ponto-base em relação ao fechamento de ontem, para 3,98%. O rendimento de 10 anos, que estava em 4,40% antes da divulgação, também subiu um ponto-base, para 4,44%.
Desempenho no acumulado do ano:
S&P 500: +1.3%Dow Jones Industrial Average: +0.3%Nasdaq Composite: -0.5%S&P Midcap 400: -1.1%Russell 2000: -5.2%
Visão geral dos dados econômicos:
Início de construção de moradias em abril: 1,361 milhão (consenso: 1,383 milhão); dado anterior revisado de 1,324 milhão para 1,339 milhão.
Alvarás de construção em abril: 1,412 milhão (consenso: 1,450 milhão); dado anterior revisado de 1,467 milhão para 1,481 milhão.
A principal conclusão do relatório habitacional é a queda generalizada nos alvarás para residências unifamiliares em todas as regiões dos EUA, sinalizando cautela entre consumidores e incorporadoras diante de preços elevados dos imóveis, juros hipotecários altos e custos crescentes de construção.
Preços de importação em abril: +0,1%; dado anterior revisado de -0,1% para -0,4%.
Preços de importação excluindo petróleo: +0,4%; dado anterior revisado de +0,1% para -0,1%.
Preços de exportação em abril: +0,1%; dado anterior revisado de 0,0% para +0,1%.
Preços de exportação excluindo agricultura: +0,1%; dado anterior revisado de -0,1% para +0,1%.
Índice preliminar de sentimento do consumidor – Universidade de Michigan (maio): 50,8 (consenso: 55,0); leitura anterior: 52,2.
O relatório continua a mostrar deterioração na percepção das finanças pessoais e um aumento nas preocupações com a inflação futura. Importante destacar que a pesquisa foi conduzida entre 22 de abril e 13 de maio — encerrando apenas dois dias após o anúncio da redução de tarifas entre EUA e China —, o que significa que os efeitos desse alívio comercial ainda podem não ter sido totalmente captados.
Perspectivas para a próxima semana: O foco do mercado se voltará para novos dados sobre os setores de trabalho e habitação. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego serão divulgados na manhã de quinta-feira, enquanto os dados de vendas de casas existentes e novas (abril) serão publicados na sexta-feira.
Crédito soberano: No final da semana, a Moody's rebaixou a classificação de crédito dos EUA em um nível, retirando do país a nota máxima entre as três principais agências de rating. A decisão foi motivada pelos planos do governo Trump de cortar impostos e aumentar os gastos, mesmo diante de uma dívida nacional elevada, um déficit orçamentário significativo e um grande desequilíbrio comercial.
Energia: O petróleo Brent está sendo negociado a US$ 65,10. Os preços interromperam sua queda após respostas duras do líder do Irã à proposta de acordo de Trump, incluindo insultos dirigidos aos EUA e ao próprio presidente. A probabilidade de um acordo entre os dois países diminuiu drasticamente, enquanto aumentam os riscos de uma possível ação militar contra o Irã, possivelmente por parte de Israel.
Agenda geopolítica: Um evento relevante está marcado para segunda-feira: Trump conversará com Putin às 17h (horário de Moscou), seguido de reuniões com líderes europeus para discutir um possível acordo de paz na Europa.
Conclusão:
O mercado dos EUA continua a demonstrar resiliência, mas o enfraquecimento do sentimento do consumidor é um sinal preocupante, aumentando a probabilidade de uma correção. O otimismo em relação ao progresso comercial entre EUA e China permanece, mas muitos ignoram que mesmo uma redução tarifária de 145% para 30% ainda representa uma tarifa extremamente alta. Isso deve provocar pressões inflacionárias significativas nos EUA, com todas as implicações econômicas negativas associadas.
